Estudo realizado na Holanda mostrou que, diferentemente do que durante muitos anos os cientistas acreditaram, nem sempre ocorrem alterações patológicas no cérebro de idosos
Várias pesquisas mostram que a massa cerebral costuma diminuir em idosos. Segundo esses resultados, os corpos celulares da substância cinzenta seriam os que mais se atrofiariam com o passar dos anos. Há poucos meses, neurocientistas coordenados pela doutora em psiquiatria e neuropsicologia Saartje Burgmans, da Universidade de Maastricht, na Holanda, apresentaram mais uma indicação de que isso não acontece em todos os casos. Segundo os pesquisadores, o volume de massa cinzenta não encolhe obrigatoriamente em pessoas saudáveis, mesmo em idade avançada.
Os pesquisadores examinaram 44 voluntários em boas condições de saúde com 70 anos, em média. Em um extenso exame neuropsicológico, foram testadas a capacidade de orientação espacial, a memória e a compreensão linguística. Três anos depois, os pesquisadores repetiram os testes e constataram que dois terços dos idosos ainda não apresentavam nenhum sinal de perda das habilidades mentais. O restante, porém, teve resultados um pouco piores do que os anteriores.
Essa diferença se mostrou também no tomógrafo por ressonância magnética: nos voluntários que continuaram psiquicamente saudáveis, a substância cinzenta permaneceu constante, enquanto nos outros apareceu reduzida em várias regiões do cérebro, como no hipocampo e no lobo frontal. “Provavelmente nos estudos anteriores foram selecionados também os participantes que já sofriam de alterações patológicas do cérebro”, observa Saartje Burgmans. Segundo um estudo mais antigo, aproximadamente uma em cada cinco pessoas consideradas saudáveis, participantes de investigações sobre envelhecimento, já sofria de formas precoces de demência ainda não perceptíveis quando o estudo começou. Isso teria provavelmente levado à impressão de que o volume cerebral obrigatoriamente diminui.
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