domingo, 30 de janeiro de 2011

QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

A busca pela melhoria, pelo aperfeiçoamento e pela realização sempre foi uma constante no que se refere à qualificação. O enfoque na qualidade evoluiu à medida que as relações econômicas do homem se tornaram mais complexas. A complexidade dessas relações propiciou que a qualidade passasse por várias fases: a artesanal; pela inspeção do produto; a de colonização, onde a qualidade era diretamente proporcional à experiência e a técnica de quem fazia; a fase da mecanização, onde não havia o controle da qualidade dos serviços em gerenciamento científico, tendo como enfoque a execução das tarefas, comprovação dos resultados; nessa fase destacam-se os pensadores Frederick Taylor, Fayol e Henry Ford e, finalmente, fase do século XX com a verdadeira explosão da indústria de bens e serviços.

Quando se fala em qualidade, encontramos uma diversidade de conceitos que traduz desde expectativas mais intimas das pessoas, suas experiências anteriores, necessidades, opções de que dispõem para satisfazê-las, até a percepção de valor agregado, de custo/benefício, a sensação de estar fazendo um bom negócio, a confiança no produto, serviço, marca, na empresa ou na instituição de cuidados.

Mediante várias definições de qualidade ja vista a que melhor se adequa é que esta ocorre quando um serviço atende perfeitamente, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente sendo esta alcançada quando existe um projeto perfeito, com baixo custo, segurança para o cliente, entrega no prazo, no local e na quantidade certa. Seguindo esse pensamento, Campos (1999) afirma que a qualidade de um produto ou serviço está diretamente ligada à satisfação total do consumidor.

Os profissionais de saúde, durante o seu processo de formação, são orientados para buscar a melhoria para restauração da saúde do paciente, ou quando isto não é possível, melhoria das suas condições de vida, melhoria dos métodos e técnicas de diagnósticos e de tratamento, simplificação dos procedimentos, obtenção de resultados melhores, o que torna a qualidade intimamente ligada as Ciências da Saúde.
Sabemos que a saúde foi um dos últimos setores a aderir a qualidade e que, vem ao longo dos anos tentando atingir o desenvolvimento obtido pela indústria, comércio e outros serviços, onde a qualidade é tão importante. Porém, ainda não foi desenvolvido um projeto na saúde que tenha eficácia, devido à sua dificuldade de elaboração dos pontos a serem abordados apesar de existirem vários programas de qualidade que podem ser implantados na área de saúde.

Sabemos ainda que os serviços de saúde atendem a necessidades complexas e variáveis e não podem ser totalmente padronizados. Os profissionais precisam de autonomia para traduzir normas gerais a casos particulares, decidir como e qual serviço prestar para atender às necessidades de saúde dos pacientes.

As organizações de saúde dependem do trabalho de profissionais da saúde e de outros grupos de trabalhadores que não são profissionais de saúde, resultando numa heterogeneidade que dificulta a construção do espírito de equipe. É um contexto de recursos limitados e necessidades sempre múltiplas, ilimitadas e variáveis. O ambiente é propício a conflitos entre atores com diversos interesses, nem sempre convergentes, o que demanda um processo de negociação permanente. Torna-se um grande desafio à gestão dos serviços de saúde considerar o conjunto de demandas e necessidades, numa ética que contemple os interesses da coletividade e as necessidades de usuários e dos diversos grupos de trabalhadores da saúde.

O trabalho em saúde acontece majoritariamente na modalidade de trabalho coletivo multiprofissional e em cooperação, mas geralmente por meio de ações fragmentadas, em que cada área técnica se responsabiliza por uma parte da atividade. O trabalho da equipe multiprofissional de saúde é um trabalho coletivo marcado por uma relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e pela interação dos diferentes profissionais. Contudo, a multiprofissionalidade não tem garantido respostas adequadas à complexidade das demandas assistenciais.

Essa equipe prescrita é um elemento importante, mas sua definição é insuficiente para compreender as trocas entre as pessoas para a realização da atividade e para torná-la mais eficaz. A atividade de trabalho de uma equipe se integra permanentemente com outros serviços e outras equipes existindo assim uma rede relacional mais ou menos informal que se constrói no trabalho coletivo.

DIFERENÇAS NAS DIFERENÇAS

A comunicabilidade inter-profissional é fundamental para o processo de assistência em saúde. O desenvolvimento de atividades através de troca de informações é crucial visto a visão eclética destes profissionais no âmbito de prestar os cuidados necessários.

Não basta apenas ter uma eficaz comunicabilidade entre colegas quando nós não conhecemos a realidade do usuário. Como no texto diz os agentes comunitários de saúde favorecem este meio de alimentação de informações entre usuários e profissionais e assim o SUS deve estar organizado sempre para manter cada vez mais íntima essa aproximação paciente-profissional afim de haver uma maior interação profissional-paciente.

As histórias sobre atendimento médico ou de saúde que são contadas pelas pessoas raramente elogiam a habilidade desses profissionais em comunicar adequadamente e com eficácia. Habitualmente, as pessoas criticam os jargões que são utilizados, a ausência de feedback ao paciente e os cuidados despersonalizados. Não há dúvida de que a qualidade da comunicação com o profissional de saúde é importante para os pacientes. a comunicação precária entre o profissional de saúde e o paciente tem estado relacionada à baixa resolutividade e qualidade da assistência prestada, bem como a não adesão do paciente ao tratamento.

As pessoas freqüentemente julgam a adequação dos cuidados de saúde com base em critérios que são irrelevantes no que se refere à qualidade técnica. Embora sejamos capazes de discernir sobre um caso flagrante de incompetência, a maioria das pessoas não possui conhecimentos suficientes sobre medicina e padrões de atendimento que possibilitem uma avaliação sobre os cuidados recebidos.

Na medida em que as pessoas leigas são, de modo geral, juízes precários da qualidade técnica do cuidado, elas freqüentemente julgam esta qualidade técnica com base na maneira como o cuidado foi dispensado. Assim, um profissional interessado e atencioso é freqüentemente julgado como competente, enquanto um profissional frio pode ser julgado como incompetente tecnicamente. Na verdade, a qualidade técnica do cuidado e a maneira como este cuidado é dispensado são fatores independentes. Mesmo assim pode-se concluir que a comunicação entre o paciente e o profissional é um ponto essencial para os pacientes sentirem-se satisfeitos com a atenção de saúde recebida.

Muitos são os fatores que parecem desgastar ou prejudicar essa comunicação. Esses incluem aspectos do local do atendimento propriamente dito, a estrutura do sistema de saúde, os comportamentos dos profissionais e dos pacientes, bem como as características da interação entre ambos.

Os problemas de comunicação descritos acima podem acarretar conseqüências importantes no que se refere aos cuidados de saúde. Pacientes insatisfeitos possuem uma maior probabilidade de não voltarem a usar os serviços de saúde no futuro. Eles têm mais tendência a voltar aos serviços que satisfazem necessidades emocionais ao invés das necessidades médicas. Pacientes insatisfeitos têm menos probabilidade de fazer exames de rotina e tendem a procurar outro médico com freqüência.

Assim, constata-se que a interação insatisfatória entre o profissional de saúde e o paciente, além de aumentar os riscos da saúde dos pacientes, pois os afastam dos serviços, coloca problemas de custo e desperdício de tempo, comprometendo a resolutividade e a eficácia dos serviços de saúde.

DEMOCRATIZAÇÃO DE IDÉIAS

O desafio crucial que se coloca contemporaneamente para a saúde pública consiste em propor programas de intervenção culturalmente sensíveis e adaptados ao contexto no qual vivem as populações às quais são destinados. Esse desafio assume uma configuração mais nítida e contrastante quando se trata de populações vivendo em condições de pobreza e desigualdade social.

Segundo Bastos (2002) o incentivo à auto-responsabilidade e à participação da comunidade e dos cidadãos no planejamento, na organização, no funcionamento e no controle da atenção primária à saúde como requisitos indispensáveis à otimização do atendimento constitui-se também em recomendação da Organização Mundial da Saúde.

O processo saúde-doença influencia-se pela cultura, e no desenvolvimento de ações congruentes há que se considerar as diferenças entre a cultura profissional e pessoal de todos os envolvidos no cuidado. Analisar o contexto cultural do cliente é necessário para que se detectem as aproximações entre cuidado popular e profissional, para que este ocorra a partir de uma realidade específica, com mais qualidade.

As pessoas conhecem e definem as maneiras com que experimentam e percebem o cuidado em saúde, relacionando-as às suas crenças e práticas de saúde de acordo com a sua cultura, portanto as informações dos clientes podem orientar os profissionais no cuidado. O cuidado é uma necessidade humana essencial à saúde e sobrevivência da espécie, e todas as culturas possuem sistemas de práticas de cuidado de saúde profissionais e populares. A cultura serve para orientar o pensamento, as decisões e as ações dos grupos, a partir de seus valores, crenças, normas e práticas de vida.

O cuidado cultural de enfermagem leva a integralidade do cuidado ao considerar a totalidade e a perspectiva holística da vida presentes em fatores culturais e sociais, visão de mundo, valores culturais, expressões de linguagem e modelos populares e profissionais de saúde. Para que sejam congruentes, as ações ou decisões de cuidado de enfermagem devem ocorrer pela manutenção ou preservação; acomodação ou negociação; remodelação ou reestruturação do cuidado cultural.

Para tanto, conhecer a cultura dos clientes, acessando a interpretação do significado do cuidado e experiência de grupos culturais diversos é imprescindível às ações, tornando possível diminuir o distanciamento entre profissional e cliente, no sentido de melhorar a adaptação e aceitação das recomendações profissionais. É importante destacar que nos serviços de saúde o cliente geralmente assume um papel passivo e pouco (ou nada) participativo. Ainda que haja estímulo à sua participação no tratamento, esta se baseia na transmissão de informações prescritivas que nem inserem e nem promovem a autonomia do cliente no cuidado.

UMA BREVE DISCUSSÃO SOBRE ENSINO A DISTÂNCIA

Na atualidade, cada vez mais a sociedade de um modo geral, em relação ao conhecimento em particular, expõe demandas educativas novas que requerem profissionais com uma formação multidisciplinar capazes de enfrentá-las. Essas novas necessidades educativas geram, por sua vez, novos campos e contextos educativos, diferentes dos convencionais, em que se fazem necessárias intervenções educacionais especializadas, dirigidas por profissionais com competências específicas. Através do texto lido percebemos que os avanços tecnológicos proporcionam facilidade, agilidade e especificidades na formação de profissionais cada vez mais qualificados.
Por muito tempo a educação a distância tem sido alvo de preconceitos por ser um tipo de formação não presencial dizendo os mesmos (estudiosos na educação) que um aprendizado só se mostra eficaz a partir da presença do docente na retirada de dúvidas anexando a amostra de uma prática. É perceptível que isso não se conclui na íntegra visto que a educação a distância se mostra cada vez mais atuante no processo de formação profissional. Através da aplicação de tecnologias cada vez mais avançadas e inovadoras o processo educacional a distância se mostra consolidado de uma forma bem mais límpida. Percebemos também que este tipo de formação amolda ao estilo de vida do profissional capacitando-o para novas tecnologias através do acesso via web a informações transformando o meio de comunicação e aprendizado entre pessoas.
Por fim o processo educacional a distância propõe uma mudança de paradigmas onde o aluno a partir deste momento é o foco na busca do aprendizado utilizando meios interativos de comunicação e pesquisa utilizando o tripé conectividade - autonomia - comunicação.

IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL EM GESTANTES

Uma atenção pré-natal e puerperal de qualidade e humanizada é fundamental para saúde da mulher e da criança. A atenção às mesmas deve incluir ações de prevenção e promoção da saúde, além de diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem nesse período. Sabemos que é perceptível o aumento de registros de consultas de mulheres em postos de saúde principalmente com casos de gravidez na adolescência. Segundo dados do SIA-Datasus e AIH-Datasus de 2004 percebemos um aumento significativo de número de consultas de pré-natal por mulheres que realizam o parto no SUS.

Muitas foram as ações implantadas nestes serviços de atenção a mulher, mas ainda sim percebemos um serviço ainda comprometido da qualidade da atenção. Podemos confirmar isso através de dados como do numero de mortes por hipertensão arterial na gestação ser bem freqüente na realidade brasileira. Alem disso observamos uma não-consolidação da atenção ao puerpério sendo esta de extrema importância visto que na sua grande maioria o retorno da mãe aos postos de saúde se restringem basicamente com a avaliação e a vacinação dos recém nascidos. Observando estas ocasiões freqüentes entendemos a real necessidade de esforços coletivos de todos os setores ligados a saúde para termos uma eficaz e eficiente atenção pré-natal e puerperal.

Sabemos que gravidez não é doença, mas merece cuidados especiais. Mesmo que aparentemente você seja uma pessoa saudável.bMais do que isso. Nós como profissionais que somos devemos sempre exercer uma vigilância cuidadosa de todas as mudanças e adaptações do organismo da mãe e do desenvolvimento do bebê durante a gravidez, permitindo assim interferir de forma positiva no desenvolvimento da gestação

Nos nove meses de preparo para o nascimento do bebê, é importante garantir o acompanhamento da mãe por parte dos profissionais de saúde. Com os exames médicos realizados no pré-natal, é possível identificar e reduzir muitos problemas de saúde que costumam a atingir a mãe e seu bebê. São doenças, infecções ou disfunções que podem ser detectadas antes ou de forma precoce e tratadas de forma rápida. Hipertensão, anemia, infecção urinária e doenças transmissíveis pelo sangue de mãe para filho, como a AIDS e a sífilis são algumas das hipóteses que podem ser identificadas e tratadas no pré-natal. Com o acompanhamento pré-natal, as mulheres grávidas se sentem mais seguras, pois são informadas de que sua gestação segue bem. Quando há algum problema, a detecção precoce também auxilia o acompanhamento e pode auxiliar pra que ele não se desenvolva.

Como dito anteriormente de forma prévia às complicações da gestação, parto e puerpério constituem a décima causa de mortes em mulheres. Com um acompanhamento pré-natal e atenção aos partos adequados, consegue-se desta forma evitar a maior parte dessas mortes. As mulheres devem sempre estabelecer uma boa relação com seu cuidador. Dessa forma, as dúvidas são sanadas e a ansiedade é diminuida.

Por Hildson Leandro de Menezes