Na publicação on-line da revista Circulation, foram relatados os resultados de um estudo transversal que indica o aumento na ingestão de aditivos de açúcar pelos adolescentes norte-americanos estão relacionados com o alto risco de doença cardiovascular.
A Dra. Jean A. Welsh, do Nutrition and Health Science Program na Emory University School of Medicine, em Atlanta, Geórgia, e colaboradores, relatam: "apesar de o aumento no consumo de carboidratos e de açúcar estar relacionado com um maior risco de doenças cardiovasculares entre os adultos, pouco se sabe sobre o impacto de aditivos de açúcares (dos adoçantes calóricos) entre os adolescentes norte-americanos".
Os dados dietéticos de 2.157 adolescentes norte-americanos, inscritos no National Health and Nutrition Examination Survey 1999-2004 e obtidos através do inventário do consumo alimentar de 24 horas, foram combinados com as informações do conteúdo de aditivos açúcar disponíveis no banco de dados MyPyramid do US Department of Agriculture.
As medidas do risco de doença cardiovascular foram estimadas em função do nível de ingestão de açúcar (<10%, 10% a <15%, 15% a <20%, 20% a <25%, 25% a <30%, e ≥ 30% da energia total ingerida).
Os métodos estatísticos multivariáveis foram ajustados para que os dados fossem representativos da população de adolescentes norte-americanos e as variâncias foram ajustadas para dar conta dos métodos de amostragem complexa.
O consumo médio diário de aditivos de açúcar foi de 21,4% do total de energia ingerido. O consumo de açúcar se correlacionava inversamente com os valores médios da lipoproteína de alta densidade (HDL) em mmol / L.
Aqueles que consumiam menos tinham um valor médio de HDL = 1,40 (intervalo de confiança [IC] de 95%, 1,36-1,44) e os que mais consumiam tinham uma média de 1,28 (IC de 95%, 1,23-1,33; P tendência de 0,001).
Para os adolescentes que estavam com sobrepeso ou obesidade, definidas pelo índice de massa corporal igual ou superior ao percentil 85, a adição de açúcar se relacionou diretamente com o modelo homeostase de avaliação da resistência à insulina (HOMA-IR; P tendência linear = 0,004).
Os autores do estudo relatam: "O consumo de açúcares entre adolescentes norte-americanos está relacionado de modo positivo com várias medidas que, sabidamente, aumentam o risco de doenças cardiovasculares,"
As limitações deste estudo incluem o seu desenho transversal, com as informações sobre a exposição e os desfechos sendo medidos ao mesmo tempo, excluindo a determinação de causalidade; a utilização de informações dietética apenas das 24 horas; e a falta de informação sobre a validade do processo utilizado para estimativa do teor dos aditivos de açúcar contidos no banco de dados MyPyramid Equivalents do US Department of Agriculture.
Os autores do estudo concluem: "apesar de serem necessárias mais pesquisas para avaliar o efeito dos aditivos de açúcar em longo prazo, os resultados deste estudo já sugerem que o risco futuro de doenças cardiovasculares pode ser reduzido, minimizando o consumo de aditivos de açúcares entre os adolescentes”.
Um dos autores do estudo (Dra. Miriam B. Vos) foi financiada, em parte, por um prêmio do National Institutes of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases e pela Children's Digestive Health and Nutrition Foundation. A Dra. Vos também é o autora do The No-Diet Obesity Solution for Kids, das quais recebe royalties. Os autores do estudo não declararam relações financeiras relevantes.
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