quinta-feira, 9 de junho de 2011

Maioria dos brasileiros não sabe como a tuberculose é transmitida‏

O Brasil pertence ao grupo de 22 países que concentram 80% dos casos de
tuberculose no mundo. No País, 72 mil pessoas são acometidas por ano e 4,7
mil morrem por causa da doença. Ainda assim, a maioria dos brasileiros
desconhece que a tuberculose é transmitida por contato com as gotículas de
saliva de pessoas contaminadas, revelou pesquisa encomendada pela Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

O Instituto Datafolha entrevistou 2.242 pessoas com 16 anos ou mais, de
todas as classes sociais, em 143 municípios. Embora 94% tenham afirmado
conhecer a tuberculose, somente 1% acertou, em resposta espontânea, a forma
de transmissão. Por outro lado, quase 60% acreditam erroneamente que a
doença possa ser causada ou agravada pelo fumo, 39% por clima frio ou úmido,
33% por poluição e 18% disseram que é hereditária.

O desconhecimento dos sintomas também é preocupante. Embora 55% tenham
citado a tosse contínua, principal manifestação da doença, só 23%
mencionaram febre, 20% dor no peito ou nas costas e 25% não souberam citar
nenhum sintoma.


O pneumologista Alexandre Milagres, que coordena um serviço de referência no
Rio, conta que nos grandes centros urbanos mais de 30% dos casos só são
diagnosticados nos setores de emergência, quando os pacientes já estão com
um quadro grave. "Isso significa que eles já estavam há meses contaminando
outras pessoas em casa, no trem ou no trabalho", diz.

Milagres acredita que a informação pode mudar o quadro, mas não basta uma
ação voltada apenas para a população. "Muitas vezes nem o médico pensa em
tuberculose. Confunde com gripe e dá um antitérmico, sem nem pedir um
exame de baciloscopia", diz.

Estima-se que uma pessoa contaminada transmita a doença para 10 a 15 pessoas
por ano se não tiver tratamento. "A melhor forma de prevenção é o
diagnóstico precoce. É quebrar a cadeia de transmissão", diz Dráurio
Barreira, coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do
Ministério da Saúde. O paciente deixa de transmitir a doença duas semanas
após o tratamento, que tem duração de seis meses e é ofertado pelo SUS.

"CONTROLAR A TUBERCULOSE NO ESTADO DO CEARÁ DEPENDE DE NÓS....E NÓS
SABEMOS QUE SOMOS CAPAZES"

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